27/08/2007

Hiper-Expressive

Às vezes eu olho a minha cara amassada no espelho e ela me parece ser de outra pessoa, não minha. E eu descubro novas coisas estranhas sobre mim todos os dias, principalmente como eu posso ser enfática em querer que alguém morra só levantando uma das sobrancelhas. É como se tudo, eu disse TUDO o que eu pensasse ou sentisse fosse saltar dos meus olhos em direção às pessoas... É como andar nua!
E o meu olhar não é de jeito nenhum algo doce ou inocente ou amoroso (saudades da minha avó, quando gostava dos meus olhos de criança), ou ao menos, não mais... Na verdade é como se fossem amedrontadores, irônicos, ácidos e lacônicos até pra mim mesma.
E eu tenho medo de fitar meus olhos escuros e comuns no espelho de novo.
Os filhos independentes de uma mãe em nada única, em tudo comum.
Herdeiros das coisas que viram e leram, mas que prestes a abandonar meu comando. Ou tomá-lo de mim.
Medo de como eles podem ser próprios, e como dois, individuais de mim.
De como deles escorre ódio latente saindo como lágrimas de lava, atropelando as pessoas (que às vezes não tem culpa de nada), passando por cima do meu próprio controle, deformando meu rosto e meu poder das minhas expressões.
E o que eu quero sempre se perde! Nunca fica claro, nunca!

E óbvio, tudo volta.
Tudo volta.
Perdido, mas volta.
Confuso, mas volta.
Distorcido.


Mas volta.


Minha cara nem sempre funciona. Na verdade, funcionaria bem, se eu soubesse como usá-la.
Alguém aí tem um manual?
Ou uma máscara?

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