Shut up, shut up, shut up

I commit the crime of wasting time
Always trying to rhyme
Yes, I am guilty
But don't misunderstand me
I admit defeat, then I move my feet
My history will never be repeated
I won't ever be repeated

Tristiloquy

É muito difícil não pensar no que eu me tornei. Ainda mais agora, no amargo da manhã, com os bolsos cheios de pendências e a chuva que inunda tudo, sem limite.

É quando esses problemas pesam que meu coração bate mais forte do que deveria, assim, cansado. Não consigo pensar em nada que não seja demasiadamente exaustivo.

Deixar o ser, mergulhar no estar.

Abandonar o amor, esse outro grande filho da puta, porque é por causa dele que eu estou aqui agora.

é por amar a vida que eu ainda respiro.

o que eu não sei é o por quê eu ainda amo a vida.

Sobre o meu corpo e sobre o que ele virou

Eu poderia dizer que me arrependo, eu poderia colocar a culpa na genética (aquela grandessíssima filha da puta), eu poderia dizer que "não, cara, eu vou mudar". Eu gostaria de ter força de vontade. Gostaria de ter uma imagem mais realista sobre mim mesma, porque você sabe, eu me surpreendo com cada foto que tiram de mim, eu não me vejo assim. Eu não me vejo assim. Eu sou tão errada? O que há de errado afinal de contas?

Mas o que eu realmente me pergunto é: quando foi que eu comecei a odiar cada refeição? Ou melhor: Quando foi que a comida começou a me odiar?

Quando foi que eu comecei a me odiar como pessoa?

So Hard

know girls who are trying to fit into the social norm 
like squeezing into last year's prom dress 
i know girls who are low rise, mac eyeshadow, and binge drinking 
i know girls that wonder if they're disaster and sexy enough to fit in 
i know girls who are fleeing bombs from the mosques of their skin 
playing russian roulette with death; it's never easy to accept 
that our bodies are fallible and flawed 
but when do we draw the line? 
when the knife hits the skin? 
isn't it the same thing as purging, 
because we're so obsessed with death, 
some women just have more guts than others 
the funny thing is women like us don't shoot 
we swallow pills, still wanting to be beautiful at the morgue, 
still proceeding to put on make-up, 
still hoping that the mortician finds us fuckable and attractive 
we might as well be buried with our shoes, 
and handbags and scarves, girls 
we flirt with death everytime we etch a new tally mark 
into our skin 
i know how to split my wrists like a battlefield too 
but the time has come for us to 
reclaim our bodies 
our bodies deserve more than to be war-torn and collateral, 
offering this fuckdom as a pathetic means to say, 
"i only know how to exist when i'm wanted" 
girls like us are hardly ever wanted you know 
we're used up and sad and drunk and 
perpetually waiting by the phone for someone to pick up 
and tell us that we did good 
You did good. 
( i know i am because i said am, my body is home) 
so try this 
take your hands over your bumpy lovebody naked 
and remember the first time you touched someone 
with the sole purpose of learning all of them 
touched them because the light was pretty on them 
and the dust in the sunlight danced the way your heart did 
touch yourself with a purpose 
your body is the most beautiful royal 
fathers and uncles are not claiming your knife anymore 
are not your razor, no 
put the sharpness back 
lay your hands flat and feel the surface of scarred skin 
i once touched a tree with charred limbs 
the stump was still breathing 
but the tops were just ashy remains, 
i wonder what it's like to come back from that 
sometimes i feel a forest fire erupting from my wrists 
and the smoke signals sent out are the most beautiful things 
i've ever seen 
love your body the way your mother loved your baby feet 
and brother, arm wrapping shoulders, and remember, 
this is important: 
you are worth more than who you fuck 
you are worth more than a waistline 
you are worth more than any naked body could proclaim 
in the shadows, more than a man's whim 
or your father's mistake 
you are no less valuable as a size 16, than a size 4 
you are no less valuable as a 32A than a 36C, 
your sexiness is defined by concentric circles within your wood; 
wisdom 
you are a goddamn tree stump with leaves sprouting out: 
reborn

Daqui: http://marylambert.bandcamp.com/track/i-know-girls-bodylove-2

Fog

Respiro o ar puro. Meu pulmão se enche, se expande, aumenta.

O orvalho da manhã se condensa no meu hálito.

E depois de algumas horas o calor do sol rompe a umidade fria da neblina.

Ainda assim, um ensolarado dia cinza.

Um ensolarado dia, em cinzas.

I fell in love with a dead boy

When the darkest hour came, I was alive. When he touched me, I was still holding my breath in this etheral moment of splendor. Suspended above every particular mistake, above every exclusive thought, i was alive.

Assimilação

"(...) Oh, Maga! Cada mulher parecida com você trazia como um silêncio ensurdecedor, uma pausa, rendada e cristalina, que acabava por murchar tristemente, como um guarda-chuva molhado que se fecha. (...) Mais tarde, acreditei naquilo que você me contou; mais tarde tive razões para isso, pois houve Mme. Léonie, que, olhando a mão que dormira com seus seios, Maga,  me repetiu quase as mesmas palavras que você tinha dito: 'Ela sofre em alguma parte. Sempre tem sofrido. É muito alegre, adora o amarelo, o seu pássaro favorito é o melro, a sua hora é a noite, a sua ponte é o Ponts des Arts.' (Uma barca cor de vinho, Maga, e por que razão não teríamos ido nessa barca quando ainda era tempo?)"

Julio Cortázar, em O Jogo da Amarelinha

Luta de leões (em um céu cor de safira)

Talvez, e só talvez, seja equivocado pensarmos que todo dia é dia de matar um leão.
Matamos sim, mas matamos um irmão, um igual, um reflexo... um obstáculo, uma raiva contida, um ciúme, uma inveja, um trauma ou tristeza... Todos os dias, matamos nós mesmos. E essa é uma luta entre deuses, meu bem... E tudo ou mais me diz que acima da vitória está a sobrevivência.




Uma selva, fechada, e o ar mais limpo que eu já respirei.
Uma mandíbula se fechando vagarosamente sobre a minha garganta, apertando, segurando, perfurando.
E com o medo mais profundo que eu já tive, eu me rendo.



Eu sou o suficiente?