30/10/2020

I'm losing it

 


A sensação de que eu estou sendo a besta caçadora agora é eminente. O que eu posso fazer contra essa jovem alma é indescritível. Marcá-lo para sempre, sim, moldá-lo, despertá-lo para gostos desconhecidos, ensiná-lo à minha maneira. E deixá-lo ir nada próximo da mesma maneira que chegou. Ao mesmo tempo que temo estar sendo irresponsável e imprudente, a adrenalina de ter alguém tão submisso aos meus desejos parece falar mais alto. 

E tudo parece muito ritualístico, a mínima ideia de partir seu frágil corpo ao meio e me banquetear na sua carne morna e suculenta, roer cada um de seus ossos, sugar cada gota de suor e sangue que escorre pela sua pele macia enquanto ele, ainda vivo, me observa em êxtase. Não consigo evitar pensar no prazer que isso me traria, usá-lo até o último resquício de energia mental e física, fazê-lo pensar em nada que não seja meu nome, fazê-lo esquecer que as palavras existem e tudo o que existe no mundo sou eu e o prazer que é compartilhar a minha mera existência.

Tell me, old friend: am I losing my mind?