30/03/2012

O amor não acaba, nós é que mudamos


"Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa."




Martha Medeiros, que ainda de vez em quando consegue completar minhas frases quando minha palavras calam.

25/03/2012

Mea Culpa

"Não é infrequente que as mulheres, entre o homem que amam e o homem que as ama, acabem por escolher aquele que as ama. Ao risco de de amar preferem a certeza de serem amadas...





Porém, também chamam a isso amor."




- Francesco Alberoni, em "O Erotismo - Fantasias e realidades do amor e da sedução"

20/03/2012

The bird girl

"Histórias, assim como pessoas, borboletas, ovos de aves canoras, corações humanos e sonhos, também são coisas frágeis, feitas de nada mais forte ou duradouro do que 26 letras e um punhado de sinais de pontuação. Ou então são palavras no ar, composta de sonhos e idéias – abstratas, invisíveis, sumindo no momento em que são pronunciadas -, e o que poderia ser mais inútil do que isso?
Mas algumas histórias, pequenas, simples, sobre gente embarcando em aventuras ou realizando maravilhas, contos de milagres e de monstros, duram mais do que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram mais do que as próprias terras onde elas foram criadas."

- Neil Gaiman in “Coisas Frágeis”

08/03/2012

E eu tenho essa tendência louca

... de sempre achar que todas as pessoas precisam de mais uma chance. E de novo, e de novo, eu não mudo.


Seria tão mais fácil, tão mais simples, tão menos complexo e pesado de alguma forma simplesmente deixar de me importar... Mas eu não consigo.


Sorrir e fingir que me importo, enfim.