10/02/2012

Buried alive

Eu tenho pensado em me consumir, em me anular.
Em abrir os braços não pra abraçar, mas pra ser abraçada.
Em fechar os olhos que chamo de meus e de abri-los pra fora.

Tenho pensado em trocar meus vícios por outros prazeres.
Em deixar de ser, em aproveitar o estar.
Em usar a eloquência dos loucos, pra dizer que eu não estou mais em mim, faz tempo.

Nesse momento, gostaria sinceramente de ser absorvida.
De ser engolida, engolfada, levada embora.
De pegar meu coração quente na mão e apertá-lo como uma garra até que pare de bater.


E em talvez, enterrar-me na terra úmida e fresca da próxima primavera.

01/02/2012

Burn!


É interessante pensar que a imagem que ele tem de mim é de alguém sempre no limiar da loucura. Sentada no chão, abraçando os joelhos e os olhos crepitando de pensamentos confusos, como uma fogueira que teima em não apagar.
Quando ele disse que ia mudar eu sorri resignada e fingi que acreditei. Me levou pra uma volta no ar condicionado do carro, me pagou um Apfelstrudel e disse que se preocupava comigo. De novo eu sorri e aceitei. E ele me deu razão, uma razão que em quatro anos eu lutei pra manter, uma razão que se abria além de mim.

Mas eu errei... E sabe, errei feio.
Eu decidi demais. Assumi coisas demais. Por mim, por nós.

Bobagem minha ficar surpresa com a acomodação que surgiu com tudo isso. (E se essa minha tenacidade acabar?) A verdade é que eu desisti. Desisti de pensar que eu mudaria alguma coisa de verdade, desisti de tentar, acabei por me dar conta que o caminho da ajuda tem duas vias e que uma viagem dessas, sabe... Não se faz sozinha.