27/09/2015

erase me, erase me

Sing to me till I fall asleep
Play all that chords you know I like
Touch my lips gently with your fingers
Make me fall in love again

Or maybe

I should just take this moment
to fix my broken parts
To reconect my thoughts
To embrace myself till the last breath

Erase me
So I can start from scratch


21/09/2015

play me like a violin

fecho livros que eu não consigo ler
tranco janelas que eu nem tentei abrir
encerro conversas antes mesmo de começa-las
toco nas paredes frias do quarto e penso que é inevitável dar adeus

através de pequenos gestos eu me afasto
mas quanto mais eu tento fugir
mais eu me aproximo
quanto menos eu falo
mais eu digo
quanto menos eu vejo
mais eu enxergo

e é inevitável, amor
que eu sinta que a desistência é um ato necessário
e que todo o vazio é natural
porque ninguém nunca me disse
que eu tinha o direito de me sentir triste e perdida
e sozinha

o que me disseram
é que tudo é luta
e que se algo me dá prazer
é porque também vai me trazer dor

o que me disseram
é que tudo é fuga
e que se algo me da medo
é porque o fundo do oceano ainda está longe de ser alcançado

a insônia vem daqui:
o quanto eu ainda preciso nadar pra tocar no fundo?
em que momento eu me deixo desistir e me afogo de vez?
eu ainda consigo nadar de volta até a superfície?

em que momento eu posso parar de fugir?



12/09/2015

Anywhere is better than here

Me lembro que já tive essa sensação antes, a sensação de ter sido enganada pelo próprio corpo. A sensação de ter sido traída por coisas que estavam só na minha cabeça. Lembro de já ter acordado assim outras vezes, confusa e perdida, sem saber onde estava ou por que estava ali.
Lembro de mais de uma vez tentar abandonar meus sentimentos e senti-los mais frágeis do que eu gostaria. Eu me enganei, mais uma vez? O que há de errado? Quanto existe de verdade em dizer que eu não criei expectativa alguma? Sobre nada? Nem sobre mim mesma? Quanto existe de verdade em dizer que eu não me importava com nada que não fosse puramente o instante?
Mas a questão é que agora eu me sinto vazia e quebrada de novo. Violada. Exposta. Não por não ter tido minhas expectativas alimentadas, mas porque meu corpo me abandona de novo. Meu corpo falha em me manter crente nas sua própria capacidade de sobreviver em sociedade.Todas as boas sensações que eu nutri, todo o prazer que eu tentei manter fluindo dentro do meu peito parece ter ido embora. Como se nunca tivesse existido. O quão amarga pode ser essa sensação de falha? O quão profundo pode ser a sensação de puro fracasso? O quão patético parece tudo isso?
E eu tento fugir. Eu fujo. Corro. Corro como se a minha vida dependesse disso. Sinto o chão tremer e se partir quando meus pés tocam a terra. E os meus passos nunca estiveram tão pesados e rápidos. Sinto minhas pernas sendo usadas no limite. Fixo meus olhos num ponto no horizonte e sinto lágrimas que secam antes de cair. Sinto meu peito pegando fogo. E eu não me importo. Eu só quero que a sensação de vazio desapareça.
O pensamento que cruza minha mente é: por quanto tempo mais?


01/09/2015

Too many questions

I remember when you looked me into the eyes and said what I wanted to hear. I remember when you called my eyes, winter eyes. I smiled, because I couldn't understand. And I smile now, because now I understand what I am, and what my eyes are for those who stare at them.
It's funny to think about my past, to think about what I've become, to think about all this previous conversations and understand that this is why I can't run away anymore.
I'll never forget how blushed I was when I first thought about all this silly love songs. And I'll never forget all the regrets. I'll never forget the time when I was fully able to run away. And I smiled. And I decided to stay.
And now, here I am, trying to forget everything that made me think I was unworthy, but I keep failing. Why do I keep failing?