03/04/2016

Unwind me

Esse meu novo eu, impúbere, incerto, indefinido, sonha.
Sonha como há muito tempo meu eu antigo não sonhava.
Sonha mais de uma vez por noite, durante horas. Sonha antes mesmo de fechar os olhos.
Sonha com tudo, sonha com sangue, com suor, sonha com os monstros do meu eu antigo, ri na cara do perigo e segue sonhando. Sonha com qualquer resquício de sensualidade que havia ainda no meu eu anterior, sonha com terror, sonha com sexo e pingos de selvageria crua.
Mas me deixa livre pra dormir, não me assusta ao acordar, não me cobra o preço alto do olhar pra cima e dizer "de novo não".
Meu eu de agora volta a dormir não sem medo, mas com qualquer coisa próxima a uma curiosidade mórbida pelo próximo passo da minha nova e livre imaginação.
Mas dorme. Dorme e sonha até que não haja mais escolha.


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