15/06/2007

"Eu não existo"



É como olhar de fora, tudo o que aconteceu.
É como recapitular e entender aquelas palavras vazias como se agora elas fossem enormes e gigantescamente moldadas.
É como se as cores se avivassem e texturizassem, e então aumentassem de tamanho e ganhassem novos significados.
É como se agora existisse uma espécie de filtro miraculoso em tudo que ela viu e ouviu.
É como se a voz agora fosse descoberta, limpa, sem artemanhas ou desmentidos.
Ela, infantil e inocente, não sabia direito o que escutar, ver, sentir ou fantasiar. Era tudo sonho, tudo maravilhosamente pensado, tudo medido e previamente imaginado para parecer o mais doce e inesquecível possível... O Amor, a Palavra, a Promessa, o Feitiço do Tempo e da Rosa... Tudo divino e maldito, tudo era veneno e mel ao mesmo tempo e ela, tola, fascinada, apenas amava cega e leal como um cachorro.


Mas não haverá mais a ausência de inconsciência... Uma história, um sorriso... Então ela esquece, diminui, finge que ouve, olha atentamente de baixo pra cima e dá dois passos pra trás.


O passado não pode ser desfeito,
mas pode ser revisto.

2 comentários:

  1. Muito bom.
    É, amar é mesmo um masoquismo.

    abraços.

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  2. Tira esse vomitando daí, menina. XD

    E amar não é masoquismo. Masoquismo é passar a vida sem querer sentir o sentimento mais terno do mundo. *_*

    Beijos! o/

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