10/06/2007

Dos meus sonhos medievais


Sobre a pele, apenas a luz branca da lua cheia. É chegado o momento da colheita.

Elas dançavam e cantavam e todas as vozes que soavam distantes se erguiam como a da própria terra. A grama macia nos pés descalços, o perfume das especiarias, o hálito doce do vinho com mel e canela. Os cabelos soltos, perfumados de flores amassadas entre as mãos quentes.

Os sorrisos sem preocupação, a dança livre, a respiração leve, a ausência de maldade, a confiança mútua. A neblina leve arrepiando as pele nuas, quentes, doces, brancas.

Os corpos inocentes e provocantes com cheiro de mel, movendo-se ao som das canções primitivas entoadas pelos lábios. Os olhos abrindo-se e fechando-se vagarosamente, tontos, encantados. As mãos desenhando movimentos doces no ar noturno.

Os mundos se unindo, condensando, tonteando, inebriando... Tudo tão fascinante... Fascinante...

Os pedidos sendo levados pelas vozes ao próximo mundo, perto e longe ao mesmo tempo. A terça parte da alma, aquela que não se conhece, que manda, que domina, que cria a euforia, o êxtase desconhecido, o gozo do espírito.

A dança, o côro aproxima, une, anima, flerta, aquece e então funde em um prazer sem fim a dor, o desconhecido, a mente e o corpo. Então conforta, envolve e envenena, para voltar na próxima fase, mais doce e viciante do que nunca.

Um comentário:

  1. Olá, Jess.

    vi o link para o seu blog em uma comunidade relacionada no orkut.

    logo de cara, gostei da sua descrição no perfil: irônica, sarcástica com humor negro, enfim, apimentada, no sentido de agradar ardendo na garganta mesmo.


    esse texto me lembrou o filme "Brumas de Avalon".

    gostei do q vc escreve, espero q continue a produzir.

    ;)

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