18/05/2010

Palavras ao vento

Incoerente a visão turva
Desse mar azul em que viajo
Vejo essa chama do inexplicável
Esse abandono, esse grito, essa dor.
Talvez eu vá embora e não volte mais,
E no fim eu pense menos em te abandonar
Nessa hora definitiva, no meu desejo carmim
Prefiro ficar aqui e acreditar que ainda posso ver
O que nenhum outro vê, e que a visão é apenas isso
Esse cansaço, essa doença, essa não definição de futuro.
Talvez eu bata essa porta, e sinta o fechar em mim, o abalo
E queime os calendários, os relógios, telefones, computadores
No meu peito o simbolo disso, que me parece tão humano
Tão falho, tão denso, tão palpável, seguro, forte, traição
Essa construção com palavras, esse castelo de cartas
Que desmorona em mim, com um sopro simples
Eu que sou tão invisivel, tão cega, tão frágil.
Me abrace, me roube, inspire esse amor
Dessa paixão tão velha e inacabável
Que me faz te levar essa visão
Tão doce, tão unica, tão só
Tão minha... cadáver.

3 comentários:

  1. sexta....café dos cataventos, lápis café, le café paris?

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  2. gostei da sensção de chuva caindo no texto, e as palavras sendo levada.

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  3. Tão leve feito garoa em tarde fria, gostoso de ler. Lembra lareira, café e livros velhos.

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