14/08/2017

océanique

Meu corpo, perfeitamente funcional, me sabota.
Me faz respirar pesado, se desmancha em suor gelado, derrete as geleiras do meu coração num falso amor por tudo o que há perto da morte; a l a r m e f a l s o.
Em contrapartida o amor faz troça, me rouba amizades das maneiras mais atrozes possíveis. Não consigo mais rir dessas brincadeiras. Perdeu a graça há eras atrás, no entanto insiste em acontecer sempre da mesma maneira a ponto de me fazer pensar o quanto há do peso da minha mão nisso. Se meu movimento é sempre diferente, se eu rio com certo sarcasmo ou se deixo meu corpo cair no esquecimento do tempo (aquele que eu chamo de rotina), o que muda?

Mas não seguro mais o choro:

Se há de ser salgado, há de ser oceano. gelado. infinito. cristalino.

ensurdecedor


Nenhum comentário:

Postar um comentário