16/03/2016

s i l e n c i o s a m e n t e

Tudo tem se tornado um universo centrado, girando obstinado em torno de pequenas expectativas que eu me orgulhava de desconstruir ou de não alimentar. Mas nada mais me aterroriza e me cansa do que me dar conta de ter alimentado expectativas silenciosas, fora da órbita visível do meu campo gravitacional.
Se uma estrela explode, se um buraco negro se forma, se um astro vira uma supernova, ainda que não haja ruído, é inegável que o baque possa ser sentido a anos luz de distância. E é isso, a pressão no meu peito causada pela explosão de todo um lado negro do universo que eu alimentei cegamente, imperceptivelmente, até que explodisse e me atingisse sem que eu pudesse fazer nada, sem que eu pudesse prever, sem que eu pudesse m e p r o t e g e r.

Viver é uma experiência solitária.



Ou talvez eu esteja tão presa na órbita do meu próprio nariz que tenha desaprendido a ser feliz e deixar as coisas serem como elas são.

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