22/03/2010

Das coisas óbvias - Dança

Bem, essa é realmente bastante óbvia. Eu gosto de dançar.
Mais do que gostar, isso é essencial pra mim. A dança nunca foi pra mim algo principal, mas há pouco tempo atrás descobri que é um fato que esteve sempre muito presente na minha personalidade. Eu danço porque me sinto bem, eu danço porque me sinto parte de alguma coisa. Quando eu me mexo então elevo os braços e bato com os pés no chão, fechos os olhos e me dobro e arqueio. Eu não preciso de ritmo quando eu danço porque eu viro o todo, eu viro a musica e todo o resto se esvai. Em qualquer lugar, em qualquer hora, com quem quer que seja.
Existem dois momentos em que eu danço. Eu danço porque quero mandar algo embora de mim, drenar algo, expulsar; Ou danço porque é divertido.
Quando eu danço porque quero tirar a tristeza ou a dor ou alguma angústia de mim então as pessoas me vêem meio fora de órbita, de olhos fechados, com as mãos fechadas, batendo os pés no chão com força, girando, cantando em meio à música. Nessas horas eu fico meio que entorpecida, uma coisa meio difícil de descrever. É quase engraçado, pra quem não está acostumado ou não entende, podem pensar que eu estou drogada. E eu não me importo.
E quando eu danço por diversão eu vejo que as pessoas que dançam comigo também se divertem. Tudo é tomado por um clima estranho, nostalgia, endorfina, sorrisos. E a minha expressão muda e os meus olhos sorriem também.
Talvez a única coisa que eu não me importo, é que me vejam dançando. Eu não me importo porque então dançar seja a liberdade que eu gosto e é minha. Porque a minha dança não tem assinatura, não tem marca, não tem limite, não tem rosto, e não precisa ter sentido. Porque meu corpo muda e se encaixa de alguma forma no que eu penso ser o real tamanho que eu tenho.


Talvez eu deva tentar desenvolver essa habilidade, porque sinto necessidade dela. Tanto quanto respirar ou comer, preciso dançar pra me sentir viva.

* Na imagem, Rachel Brice, a mulher mais encantadora que já vi dançar.

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