18/01/2008

Te presenteio com o que há de melhor e pior em mim, me transfiguro primeiro em verde, depois em púrpura e então em vermelho. No final das contas, embaixo da capa negra, nada mais há do que o cinza. Aquele cinza dos dias nublados, aquele cinza dos dias chatos.
Tudo o que eu quero ser, ri de mim quando me olho no espelho e o que eu vejo no espelho nada mais é do que todos os lábios do mundo virados pra cima em um sorriso de escárnio. Chuto a sua cara, escrevo coisas desimportantes e incoerentes, tiro sempre as mesmas fotos, falo sempre as mesmas coisas, tenho sempre as mesmas esperanças.
Se eu abro a porta da casa e cato os gatos da rua, você se importa? Se os coloco todos em cima da minha cama e durmo no chão, você se importa?
Se eu amo desorientadamente e as pessoas me fazem pensar sobre o que realmente eu quero (ou não), ou sobre as certezas que eu tenho (ou não) e que parte de mim não passou do papel ou não saiu de uma realidade que eu senti e só, eu me importo?
Se todas as respostas do universo se deparassem com todas as minhas perguntas, eu viraria as costas e iria embora. Eu não quero mais resposta nenhuma.
Eu não sou um pseudo-ídolo maldito vindo do inferno. Eu nunca disse que seria fácil, eu nunca tive certeza de nada. Eu não sei andar sobre um terreno de pedras escorregadias. Eu não sou estável. Eu não nasci pra ser uma boneca. Eu nasci pra ser ninguém em meio a outros ninguéns tão insignificantes quanto eu.
Desabafo sobre um monte de merda, tiro as conclusões e pareço que nunca vou crescer. Tenho medo de pessoas mais velhas do que eu. Tenho medo de pessoas da minha idade. Eu quero parar no tempo.





Eu não quero mais parecer uma barbie idiota e decadente.
"Ela sempre foi tudo o que eu quis ser um dia.
E talvez, eu ainda queira."

Um comentário:

  1. Quanta intensidade nas palavras. Não queira ser ou deixar de ser. Leve a vida, que a vida te leva.

    ResponderExcluir