13/10/2016

Invencível, invisível

é como um déja vu
aliás sempre é como um déja vu

(eu abro e fecho livros, ligo e desligo computadores, abro e fecho janelas, ligo e desligo luzes, abro e fecho páginas, olho e torno a olhar as mesmas coisas, os mesmos rostos as mesmas vidas de novo e de novo como se por algum motivo especial fosse brotar uma novidade, fosse aparecer alguma coisa inesperada, um milagre talvez)


ainda assim tudo o que vem, vem como enxurrada
dor, dúvida, alegria, energia, quente, frio, tristeza, dor, dor, dor

por que eu me sinto traída?
eu me sinto traída?
eu tenho direito de me sentir assim?
e sobre afogar tudo num esforço consciente de deixar essa amargura pra trás?
se eu sou o que disseram que eu sou como não me deixar definir por isso? se eu não sou então... quem sou eu?


tudo o que eu sinto é um gosto salino na boca, uma saliva difícil de engolir e o palato seco
qual é o nome disso? que nome tem esse sentimento?





e se eu continuar não nomeando... será que ele deixa de existir?

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