25/12/2014

Um retorno - sobre o eterno retorno

Eu gostaria de falar sobre despedidas. E sobre as coisas que a gente andou perdendo no caminho. Sobre as palavras que trancam. Sobre o que eu nunca sei como dizer, quando dizer nem onde dizer (ou mesmo pra quem). Sobre eu sempre ter essa grande dúvida na minha cabeça.
Pra mim é mesmo como sentir uma linha muito nítida sobre o "deixar ir" e sobre o tomar as rédeas e determinar os passos dessa dança. Sobre o esperar ou sobre o guiar.
E eu recuo quando deveria avançar e avanço quando deveria recuar. Como a criança que eu sempre fui por dentro, errada nos passos, desalinhada na canção, desafinada, fora do compasso. E especificamente pra isso parece que desço uma ladeira, meio empurrada, meio jogada, meio escorregando, totalmente sem controle... A única parte da minha vida que EU NÃO FAÇO IDEIA DE COMO AGIR.

a única parte da minha vida em que
eu estou mesmo sozinha

não há o que fazer. Não há espaço, não existe possibilidade de saber como agir. Eu me perco. Eu perco. O passo e as palavras, perco o fôlego, perco a deixa da minha fala e o momento se vai (ele sempre se vai), Pra tudo. Penso que nada é tão forte que não possa se repetir, mas não se repete e eu fujo, saio correndo derrotada pensando o quão burra eu posso ser em deixar que isso aconteça comigo. Meu deus, quase trinta.

é estúpido, não é?
ter a sensação que eu não sou eu mesma, sentir uma parte de mim descolar do peito e ir embora, como se houvesse algo muito errado na maneira como eu respiro, como se uma parte de mim fosse levada, como se uma mão me roubasse de mim mesma, assim, sem pedir permissão. Mas é isso que acontece, me deixando vazia e dolorida. A parte interessante é que eu sei que não há cura. NÃO HÁ CURA PORQUE NÃO HÁ DOENÇA.




Todos nós vamos morrer sozinhos.

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