02/04/2012

Eterno looping de alguém na fossa


Doeu. Como sentir a pele do peito rasgando enquanto meu coração se consumia em chamas vis. Derretendo, devagar e dolorosamente, por meses, até que eu assoprei a brasa e ela se extingüiu.
Foi como me atirar de um abismo, como prender a respiração até o limite. Como dar um mergulho em águas profundas e não saber nadar. Tudo escuro e claro ao mesmo tempo. E eu perdi, é claro. Perdi uma parte de mim, perdi uma parte do meu chão, perdi uma parte do meu mundo real.
Hipocrisia falar que continuaremos amigos, isso não existe. Triste pensar que ao perder um namorado, também joguei fora meu melhor amigo, mas suporto resignada uma escolha que eu mesma tracei. A opção foi minha. Resignação é a palavra.

E eu choro. Choro por tudo de ruim que causei a ele nesses últimos quatro anos, choro pelo tempo que esperei uma mudança que nunca veio. Choro porque estou cansada. Lamento porque estou de mal comigo mesma. Bebo de um copo com puro álcool e danço pra expulsar os demônios que me fazem não dormir. Danço num eterno devaneio. Sofro num eterno derreter de dentro pra fora.

Não é arrependimento, ainda é cedo.
Só acho que mereço um pouco de paz, livros e fossa por uns tempos.

Um comentário:

  1. Oi, Jess. Eu amei esse texto, e exatamente como me sinto. Ele é realmente maravilhoso.

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