Eu sei o que tu vê, porque eu vejo o mesmo
E eu também sei que tu sabe que eu tenho uma lista do tamanho de um livro de travesseiro enumerando todos os motivos pelos quais a gente não daria certo tendo qualquer tipo de relação que não fosse estranha aos meus [a]braços
O que tu não sabe é que o item número um é como um tiro de doze no meio do meu esterno
quebrando devagar meus ossos, me curvando sobre o peso do tiro
atravessando meu peito
cheirando à pólvora e carne queimada
dilacerando meus pulmões e roubando meu ar
saindo como uma breve nota monocórdia dos meus lábios entreabertos
espirrando meu sangue e minha auto estima pela parede
de uma arma que ninguém segura
e tudo o que escorre em direção ao chão
tem o peso da gravidade e do meu desespero
tem o peso da minha mão tentando estancar o sangue
tem o peso do teu sorriso indelével
passando infinito na minha mente de olhos sem pálpebras
não é tua culpa
não é minha também
mas
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