Parece aquela sensação de depressão muda que o clima exerce sobre os corpos antes de chover. Quando a gravidade parece melancólica e estranhamente silenciosa, fluindo mais em direção ao chão do que o normal. Levando tudo o que tem vida a olhar para os próprios eixos de fundamento, com uma pressa injustificável de buscar abrigo imediato, de olhar nada acima do horizonte sem cerrar levemente os olhos e pressionar os lábios com breve descontentamento. É isso que eu sinto, a estranha calmaria antes da tempestade, a sensação de que existem mudanças indefinidas logo após eu dobrar a esquina, como a antecipação de algo que eu não sei se é uma tragédia ou um milagre, mas que é inegavelmente ALGO, pulsante, vivo, andando irreversivelmente na minha direção com passos abafados.
É a sensação de ser vigiada. E a sensação cresce pele acima, como um arrepio eriçando os poros das costas em direção ao pescoço. Como uma mão tocando a pele nua entre as minhas escápulas, e a mão não se move e não pode ser vista, mas está inegavelmente lá, morna, irrequieta, transpirando, pressionando minhas vértebras com irreparável obstinação. Como se a minha pele buscasse irremediavelmente aplacar o desequilíbrio de polaridades entre o céu e a terra, antecipando ansiosamente a sensação ensurdecedora de ser atingida pelo raio (que sempre cai no mesmo lugar, afinal).
What should I do, lennavan? What should I do?
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