"(...) Oh, Maga! Cada mulher parecida com você trazia como um silêncio ensurdecedor, uma pausa, rendada e cristalina, que acabava por murchar tristemente, como um guarda-chuva molhado que se fecha. (...) Mais tarde, acreditei naquilo que você me contou; mais tarde tive razões para isso, pois houve Mme. Léonie, que, olhando a mão que dormira com seus seios, Maga, me repetiu quase as mesmas palavras que você tinha dito: 'Ela sofre em alguma parte. Sempre tem sofrido. É muito alegre, adora o amarelo, o seu pássaro favorito é o melro, a sua hora é a noite, a sua ponte é o Ponts des Arts.' (Uma barca cor de vinho, Maga, e por que razão não teríamos ido nessa barca quando ainda era tempo?)"
Julio Cortázar, em O Jogo da Amarelinha