Me vejo incompleta sem a lágrima, pela metade sem meus olhos de inverno. De inverno sim, porque sempre vejo-os tristes e cinzas, nublados de deliciosas dúvidas. Não uso jóias, uso dor. Não uso brincos, uso tristeza. Porque me deixa humana, porque me faz sentir viva.
Me vejo a bela donzela veneziana do século dezessete, a pele empoada, o espartilho devidamente apertado, as saias pesadamente sobrepostas, os pés pequenos e delicados. Os olhos de amargura profundos na pele clara, o coração despedaçado de amores perdidos. A donzela da época em que amor era fogo e sofrimento, cálido e arrebatador. A donzela dos sonhos partidos, dos desamores, dos desgostos, das poesias não cumpridas. Das promessas de poetas esquecidos, dos suspiros tristemente alegres de seios nus sobre o parapeito da janela. Da consciência cega do que o pra sempre é pra sempre enquanto dure, de que o te amo é te quero, de que o me ame é me queira. Do dualismo, da maldade e da bondade indefinidas, onde se podia ser dois, onde se podia ser simplesmente humano sem deixar de ser perfeito em seus defeitos.
Da beleza que existe na morte, no amor, nos planos divinos não planejados. Da doçura que existe em errar, em aprender, em ensinar, em descobrir. Do êxtase que existe na Humanidade, do sangue que ainda corre, dos defeitos que nos deixam únicos, do fato de amar-se porque se é imperfeito. Da inocência de amores carnais, da malícia de amores escritos. Eu sou perfeitamente humana.
A grande burrice da Humanidade é querer se acreditar que existe um único padrão para tudo. De que o belo é sempre belo, de que o bom é sempre bom, de que o mau é sempre mau.
Somos maus, vingativos, alegres e tristes. Somos HUMANOS, por isso somos perfeitos.
a beleza da vida está em não ter padrão pra ser vivida
ResponderExcluirótimo blog! vou linkar! =)
Adorei o texto... aki em Londrina tem uns casarões antigos, sempre imagino uma moça de espartilho e saiões encostada na sacada, esperado a vida passar devagar, sem td o stress de nossos dias e com muito, muito mais profundidade, no sentir, no sonhar, no amar... td isso naquele local... mas faz tanto tempo né? E brasileiro esquece rápido...não fosse assim nunca mais votava =S
ResponderExcluirMas isso q nos faz humanos ... e é por isso q eu adoro anti-heróis!
bju
Eu tb penso assim: q a dor e o sofrimento não abortados avultam a própria vida.
ResponderExcluirlindo texto,belo post e blog,parabéns !
ResponderExcluirabraço !
somos humanos, e nao nos importamos em ser perfeitos.
ResponderExcluirotimo texto.
bem, na verdade, saber eu nao sei, mas eu tento nem lembrar que amanha eh um novo dia.
ResponderExcluirHey, estava vendo seu perfil, vc eh de guaiba? uau. Eu sou da Barra do Ribeiro, quase vizinhos.
abraços
Iji... que reflexão, menina!
ResponderExcluirparabéns!
Somos maus, vingativos, alegres e tristes. Somos HUMANOS, por isso somos perfeitos.
ResponderExcluireu diria que por isso somos imperfeitos
belo texto
Mt bom blog parabéns (piadarts do orkut) hehehehe
ResponderExcluirPara morrer, basta estar vivo. Para amar, basta ser humano. Para ser humano, basta ter conciência de que a natureza nos diferenciou dos animais pelos defeitos únicos e individuais e pela conciência deles, do amor e da morte.
ResponderExcluirÉ tão dificil viver, amar e sobretudo, ser humano. Mas a dificuldade é uma conciência puramente humana. Alguns não são cientes, alguns não são dualistas e a maioria não é humano.
Ah, esse desejo fantasioso e utópico de vivermos nos tempos idílicos da História. Essa dor de ter nascido no século errado.
Puxa, talvez eu seja humano.
Esse post bombou nos comentários hein...
parabéns.
abraços.
Oi Jess!!
ResponderExcluirDah uma passadinha no meu blog, q tem uma surpresinha p vc lah!
bju
a ser humano as vezes erra e as vezes acerta...
ResponderExcluirtemos q saber quando ele faz cada coisa...
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
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