Sobre a pele, apenas a luz branca da lua cheia. É chegado o momento da colheita.
Elas dançavam e cantavam e todas as vozes que soavam distantes se erguiam como a da própria terra. A grama macia nos pés descalços, o perfume das especiarias, o hálito doce do vinho com mel e canela. Os cabelos soltos, perfumados de flores amassadas entre as mãos quentes.
Os sorrisos sem preocupação, a dança livre, a respiração leve, a ausência de maldade, a confiança mútua. A neblina leve arrepiando as pele nuas, quentes, doces, brancas.
Os corpos inocentes e provocantes com cheiro de mel, movendo-se ao som das canções primitivas entoadas pelos lábios. Os olhos abrindo-se e fechando-se vagarosamente, tontos, encantados. As mãos desenhando movimentos doces no ar noturno.
Os mundos se unindo, condensando, tonteando, inebriando... Tudo tão fascinante... Fascinante...
Os pedidos sendo levados pelas vozes ao próximo mundo, perto e longe ao mesmo tempo. A terça parte da alma, aquela que não se conhece, que manda, que domina, que cria a euforia, o êxtase desconhecido, o gozo do espírito.
A dança, o côro aproxima, une, anima, flerta, aquece e então funde em um prazer sem fim a dor, o desconhecido, a mente e o corpo. Então conforta, envolve e envenena, para voltar na próxima fase, mais doce e viciante do que nunca.
Olá, Jess.
ResponderExcluirvi o link para o seu blog em uma comunidade relacionada no orkut.
logo de cara, gostei da sua descrição no perfil: irônica, sarcástica com humor negro, enfim, apimentada, no sentido de agradar ardendo na garganta mesmo.
esse texto me lembrou o filme "Brumas de Avalon".
gostei do q vc escreve, espero q continue a produzir.
;)