O problema é que ainda dói. Mesmo depois dos remédios, mesmo depois da terapia, mesmo depois de passar por todos os altos e baixos da montanha russa que se tornou minha vida, ainda dói. Mesmo depois de falar sobre isso, de praguejar, de chorar e gritar desesperadamente sobre isso até que as veias do meu rosto estourassem. Às vezes eu me pego pensando que essa dor sempre fez parte de mim e isso me deixa aterrorizada. Essa é a minha dor. Ela nasceu comigo. Em maior ou menor escala ela vai morrer comigo.
Ou não?
Como se conserta um coração mil vezes partido e mil e uma vezes remendado? Como cicatrizar as fibras do coração, fazer com que elas se entrelacem entre uma batida e outra, fazer com que tudo volte a ser como era antes?...
Antes de que?
Se o meu coração se parte e se junta e se estilhaça e se emenda desde que eu me lembro? De diferentes maneiras, sendo chutado, sendo pisado, sendo apertado entre dedos desonestos ou por perdas irreparáveis, esquecimentos, substituições, raiva, impotência, ciúmes e inveja.
Como aceitar o amor se ele vem com um preço? Como amar se isso me traz dor? Como aceitar ser amada se isso se torna um fardo?
Quanta terapia é necessária para curar o medo da dor?
Quanta terapia é necessária para curar o medo?
Quanta terapia é necessária para curar?
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