E Peter Pan apertou muito os olhos para enxergar o que havia escrito no fundo do relógio do Coelho Branco. Via-se bem pequenina, em letrinhas minúsculas entalhadas com capricho, quase atrás dos ponteiros a seguinte expressão:
"VULNERANT OMNES, ULTIMA NECAT"
Então Peter Pan se viu de novo criança, totalmente perdido em um mundo de loucos, ao lado de Doroty e Alice, ainda esperando acordar em sua Nevereland. Teve vontade de rir quando não podia, e chorar de medo quando todos já tinham se acotumado com a paisagem insana que mudava constantemente. Eram todos deficientes de algo, de coração, de coragem, de cérebro, de sanidade... E ele? Perdido e para sempre uma criança, sem poder mais voar, era também um deficiente.
Deficiava-se dele mesmo.
Após uma hora tentando entender o que estava escrito além dos ponteiros, Peter Pan devolveu o relógio ao Coelho. Sorriu infantilmente como sempre, piscou para Alice e Doroty, olhou para o Coelho não mais apressado e disse:
"Uma hora a gente acerta..."
Juro que um dia vou conseguir entender decifrar as alegorias por trás do que tu escreve.
ResponderExcluirO peter pan é um chato.
Legal mesmo é a lagarta do narguilé.
Beijos.
ResponderExcluirAhhh
tua imagens arrasam!
Eu queria ser a sininho...mimada, pequena, voante e loira.
que comentário desnecessário...
Não sei porquê, mas esse texto me fez bem... Legal interpretá-lo como nos cabe.
ResponderExcluirE, tomara, uma hora a gente acerta.
No final das contas, é só bater os sapatinhos, relaxar e gozar.
ResponderExcluirBy Governadora de Oz.