Nota mental: É claro que Pan não deixaria de vir. Ouço ele cantando e dançando e ruidosamente batendo os cascos no piso do meu quarto propositalmente roxo. Seja bem-vindo, criança.
Não me culpo mais por querer tudo de volta. Mas sei que é uma atitude egoísta querer que as coisas voltem como eram antes, eu mudei, nós mudamos.
Preciso de contato. Preciso saber que estão bem... e bem... achei que essa seria mais uma noite em que eu estaria vigiando o coma pesado da personificação de tudo o que eu prezo... onde ele estaria respirando pesadamente enquanto eu estaria contando seus fracos batimentos cardiacos ao lado da cama asséptica. É claro, eu assinei os papéis para deixá-lo ali, sedado, parado no tempo, mas não consegui. Foi uma atitude responsável, but i don't want this anymore. Not for me.
Quis mover seus dedos, aumentar seus batimentos cardiacos, fazer sentir medo, ódio, angustia, alegria, qualquer coisa... Quis fazê-lo sentir, reagir. Com os meus lábios indecisos beijei o contorno do seu queixo e seus lábios mornos. Ouvi sua respiração pesar vagarosamente, e seus olhos ônix abrirem diretamente na minha direção.
Houve um baque surdo na minha mente. Eu podia movê-las. As montanhas, e eu faria chover nelas. E as flores, eu faria brotá-las do chão e encher o ar com cores.
Eu tive muito medo, um medo primitivo. E ainda sinto que poderia ter perdido vocês dois porque não fui rápida o suficiente, porque fui cega demais, porque acreditei que seria possivel esquecer, mudar minha vida, meu endereço, meu telefone e meu corpo para que ele fosse menos receptivo à coisas que me deixam tão frágil.
Preciso vê-los, preciso provocar a tempestade em mim, preciso provar pra mim mesmo que é possivel. Ou que definitivamente, meses de loucura não valeram de nada. Preciso definir a faixa que determinou o fim (ou o começo de tudo).
Bem... Meu nome é Jéssica. Fiz 21 anos, mas parei de contar intelectualmente quando ainda tinha 17. Trabalho numa multinacional há quase um ano, mas isso pra mim quase não faz diferença. Não faço o que gosto, mas acho que gosto do que eu faço. Coloquei aparelho ortodontico à quase oito meses. Me sinto portando uma armadura medieval dentro da boca.
Fui uma boa menina esses ultimos tempos: comprei um carro, mantive um relacionamento de mais de um ano, chorei o bastante para aprender que esse tipo de coisa só se faz escondido caso não queira chocar as pessoas. Adquiri medo de andar de moto, mas é quase como ir contra meus instintos. Enquanto eu ando é como se eu tivesse 152 pessoas gritando na minha cabeça "Pare a moto agora! você vai se matar!", mas eu aprendi a me divertir com esses avisos.
Não bebo há muito tempo, não lembro qual foi a última vez que fiquei bêbada de verdade. de repente, beber virou algo que eu faço pra voltar no tempo ou simplesmente não me importar com que os outros irão pensar de mim quando me virem chorando. Aliás, eu aprendi a chorar sem fazer careta. Me faz parecer menos dramática.
Eu ainda sou dramática, muito. E agora, quando me canso, eu só fico mais e mais complacente (embora ache que sempre fui assim, agora eu achei um nome pra isso).
Ainda danço pra externar a dor, a tristeza, a frustração... E é como drenar um vulcão.
Tenho feito menos passeios, tenho saido menos. Não me importo de permanecer ao seu lado como mais uma. Temos vidas paralelas, o mundo não parou de girar. Não me importo... Desde que eu esteja lá, não pode doer mais do que já dói ou doeu... Alimentar amor com loucura já foi doloroso bastante pra que durasse tanto mais tempo. Preciso alimentá-lo com fogo.
Todos os dias penso em vocês. São coisas pequenas - Como eu gostaria que eles estivessem aqui comigo; Como eu gostaria que ela visse isso; Como esse lugar seria mais divertido com ele. Ainda amo vocês e a intensidade ainda é a mesma... Afinal o ódio nunca foi o contrário do amor, só um irmão destrutivo...
Sempre tive medo de sentir a indiferença. Em meus pesadelos com vocês, meu maior medo estava lá... Em um dado momento eu não sentia nada e ia embora, como se não conhecesse vocês, totalmente chocada com o que havia acontecido e diversas perguntas vagueavama minha mente: "Por que? Amor? Alegria? Frustração? Medo? Ódio? Alguma coisa? NADA? SIMPLESMENTE NADA?"
Eu ainda vou ser a criança com cabeços dourados, visitando o imaginário de um parque de diversões, mas se me virem de perto ainda estarei esquiva, porque as queimaduras ainda doem e nada volta de uma hora pra outra. Estou consciente de que não somos os mesmos, não por fora.
Não lembro do tom de voz de vocês. Eu lembro do calor das vozes, mas não do tom. It makes me sad.
Eu lembro um dia em que ela foi à minha casa e disse que éramos estranhas uma para a outra, outras pessoas. eu ainda me recuso a não enxergar vocês dentro disso tudo que a gente se tornou. Eu quero lutar, foda-se o mundo, eu quero lutar mais uma vez. Eu quero enlouquecer de vez ou colocar tudo no lugar, meu Deus, como eu quero!
Preciso de contato crianças. Um telefone, um e-mail ao qual ainda usem, msn, horários.
Ainda vamos nos ver de perto antes que tudo acabe?
Não me culpo mais por querer tudo de volta. Mas sei que é uma atitude egoísta querer que as coisas voltem como eram antes, eu mudei, nós mudamos.
Preciso de contato. Preciso saber que estão bem... e bem... achei que essa seria mais uma noite em que eu estaria vigiando o coma pesado da personificação de tudo o que eu prezo... onde ele estaria respirando pesadamente enquanto eu estaria contando seus fracos batimentos cardiacos ao lado da cama asséptica. É claro, eu assinei os papéis para deixá-lo ali, sedado, parado no tempo, mas não consegui. Foi uma atitude responsável, but i don't want this anymore. Not for me.
Quis mover seus dedos, aumentar seus batimentos cardiacos, fazer sentir medo, ódio, angustia, alegria, qualquer coisa... Quis fazê-lo sentir, reagir. Com os meus lábios indecisos beijei o contorno do seu queixo e seus lábios mornos. Ouvi sua respiração pesar vagarosamente, e seus olhos ônix abrirem diretamente na minha direção.
Houve um baque surdo na minha mente. Eu podia movê-las. As montanhas, e eu faria chover nelas. E as flores, eu faria brotá-las do chão e encher o ar com cores.
Eu tive muito medo, um medo primitivo. E ainda sinto que poderia ter perdido vocês dois porque não fui rápida o suficiente, porque fui cega demais, porque acreditei que seria possivel esquecer, mudar minha vida, meu endereço, meu telefone e meu corpo para que ele fosse menos receptivo à coisas que me deixam tão frágil.
Preciso vê-los, preciso provocar a tempestade em mim, preciso provar pra mim mesmo que é possivel. Ou que definitivamente, meses de loucura não valeram de nada. Preciso definir a faixa que determinou o fim (ou o começo de tudo).
Bem... Meu nome é Jéssica. Fiz 21 anos, mas parei de contar intelectualmente quando ainda tinha 17. Trabalho numa multinacional há quase um ano, mas isso pra mim quase não faz diferença. Não faço o que gosto, mas acho que gosto do que eu faço. Coloquei aparelho ortodontico à quase oito meses. Me sinto portando uma armadura medieval dentro da boca.
Fui uma boa menina esses ultimos tempos: comprei um carro, mantive um relacionamento de mais de um ano, chorei o bastante para aprender que esse tipo de coisa só se faz escondido caso não queira chocar as pessoas. Adquiri medo de andar de moto, mas é quase como ir contra meus instintos. Enquanto eu ando é como se eu tivesse 152 pessoas gritando na minha cabeça "Pare a moto agora! você vai se matar!", mas eu aprendi a me divertir com esses avisos.
Não bebo há muito tempo, não lembro qual foi a última vez que fiquei bêbada de verdade. de repente, beber virou algo que eu faço pra voltar no tempo ou simplesmente não me importar com que os outros irão pensar de mim quando me virem chorando. Aliás, eu aprendi a chorar sem fazer careta. Me faz parecer menos dramática.
Eu ainda sou dramática, muito. E agora, quando me canso, eu só fico mais e mais complacente (embora ache que sempre fui assim, agora eu achei um nome pra isso).
Ainda danço pra externar a dor, a tristeza, a frustração... E é como drenar um vulcão.
Tenho feito menos passeios, tenho saido menos. Não me importo de permanecer ao seu lado como mais uma. Temos vidas paralelas, o mundo não parou de girar. Não me importo... Desde que eu esteja lá, não pode doer mais do que já dói ou doeu... Alimentar amor com loucura já foi doloroso bastante pra que durasse tanto mais tempo. Preciso alimentá-lo com fogo.
Todos os dias penso em vocês. São coisas pequenas - Como eu gostaria que eles estivessem aqui comigo; Como eu gostaria que ela visse isso; Como esse lugar seria mais divertido com ele. Ainda amo vocês e a intensidade ainda é a mesma... Afinal o ódio nunca foi o contrário do amor, só um irmão destrutivo...
Sempre tive medo de sentir a indiferença. Em meus pesadelos com vocês, meu maior medo estava lá... Em um dado momento eu não sentia nada e ia embora, como se não conhecesse vocês, totalmente chocada com o que havia acontecido e diversas perguntas vagueavama minha mente: "Por que? Amor? Alegria? Frustração? Medo? Ódio? Alguma coisa? NADA? SIMPLESMENTE NADA?"
Eu ainda vou ser a criança com cabeços dourados, visitando o imaginário de um parque de diversões, mas se me virem de perto ainda estarei esquiva, porque as queimaduras ainda doem e nada volta de uma hora pra outra. Estou consciente de que não somos os mesmos, não por fora.
Não lembro do tom de voz de vocês. Eu lembro do calor das vozes, mas não do tom. It makes me sad.
Eu lembro um dia em que ela foi à minha casa e disse que éramos estranhas uma para a outra, outras pessoas. eu ainda me recuso a não enxergar vocês dentro disso tudo que a gente se tornou. Eu quero lutar, foda-se o mundo, eu quero lutar mais uma vez. Eu quero enlouquecer de vez ou colocar tudo no lugar, meu Deus, como eu quero!
Preciso de contato crianças. Um telefone, um e-mail ao qual ainda usem, msn, horários.
Ainda vamos nos ver de perto antes que tudo acabe?